Finanças

Usuários terão opção de autoatendimento para contestar fraudes via Pix

Os usuários do Pix poderão ter acesso a um formato muito mais acessível para contestar fraudes e receber valores de volta.

O Pix se consolidou como um dos principais meios de pagamento no Brasil, conquistando milhões de usuários em pouco tempo. Sua rapidez, disponibilidade em qualquer horário e gratuidade para pessoas físicas transformaram a maneira como consumidores e empresas movimentam dinheiro.

Entretanto, com a popularidade também surgiram desafios, especialmente ligados a fraudes e golpes digitais. A expansão desse sistema trouxe benefícios inegáveis, mas também exigiu respostas rápidas das instituições financeiras e do Banco Central para preservar a confiança da população.

Nesse cenário, novas ferramentas foram desenvolvidas para aumentar a segurança, tornar os processos mais transparentes e dar ao cidadão maior autonomia no enfrentamento de situações de risco. Uma dessas iniciativas é a possibilidade de contestar transações de forma simples e direta.

Quem usa o Pix agora pode contestar se houver problemas com fraude.
Quem usa o Pix agora pode contestar se houver problemas com fraude. / Crédito: @jeanedeoliveirafotografia / procred360.com.br

Instituições lançam autoatendimento para contestar fraudes do Pix

As instituições financeiras começaram a oferecer em seus aplicativos um recurso de contestação automática de transações realizadas via Pix. Esse botão, disponível desde o início do mês, representa um avanço no atendimento, pois permite que o usuário reporte casos de fraude ou golpe em poucos cliques.

De acordo com o Banco Central, o objetivo central dessa funcionalidade é ampliar a velocidade do processo de bloqueio e análise. Ao notificar uma operação suspeita por meio do botão, o usuário inicia o chamado Mecanismo Especial de Devolução (MED).

Esse procedimento aumenta as chances de recuperação dos valores, pois atua rapidamente para identificar e congelar o saldo do fraudador. O foco, portanto, recai na proteção da vítima e na eficácia do rastreamento de operações ilícitas.

No entanto, é importante destacar que a ferramenta não cobre todas as situações. O Banco Central esclarece que a contestação automática não se aplica em casos de erro de digitação de chave Pix, arrependimento de compra ou desacordos comerciais com vendedores de boa-fé.

O botão é exclusivo para situações de fraude, golpe ou coerção, reforçando seu papel específico de combate a crimes financeiros. Dessa forma, evita-se que o mecanismo seja usado de forma indevida e garante-se sua efetividade em casos realmente críticos.

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Como o mecanismo vai funcionar?

O funcionamento do MED Autoatendimento foi desenhado para combinar rapidez com análise criteriosa. Assim que o cliente identifica uma movimentação suspeita, ele pode acionar o botão no aplicativo de seu banco.

O processo segue etapas padronizadas que envolvem comunicação entre instituições financeiras e bloqueio imediato do saldo. O fluxo segue da seguinte forma:

  • O cliente sinaliza a transação suspeita dentro do aplicativo, escolhendo a opção de contestação.
  • O banco notifica automaticamente as instituições envolvidas na operação.
  • O valor contestado é bloqueado de maneira preventiva na conta recebedora.
  • As instituições financeiras analisam as evidências enviadas pelo cliente e validam o pedido.

Para usar o recurso, o correntista deve abrir o aplicativo, procurar pela seção “contestar Pix” ou “solicitar devolução (MED)” e seguir as orientações. É fundamental anexar provas como prints, mensagens ou comprovantes que comprovem a fraude.

Depois disso, basta acompanhar a contestação pelo próprio aplicativo, sem a necessidade de interação com canais externos. Essa padronização, obrigatória a partir da resolução 493 do Banco Central, garante que todos os bancos ofereçam o mesmo nível de serviço.

Antes, algumas instituições restringiam o processo a chamadas telefônicas, o que atrasava o bloqueio e reduzia a eficácia da devolução. Agora, o cidadão conta com um procedimento uniforme, acessível e mais justo, aumentando as chances de proteção.

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Devolução do Pix fraudado é garantida?

Apesar da agilidade do processo, a devolução de valores não ocorre automaticamente em todos os casos. O Banco Central ressalta que o sucesso depende da existência de saldo disponível na conta do fraudador no momento do bloqueio.

Ou seja, quanto mais rápido o cliente aciona o MED, maiores são as chances de recuperar o dinheiro. Os prazos de devolução também variam: até 11 dias para casos de fraude e até 24 horas para falhas operacionais do Pix automático.

A Associação Brasileira de Bancos reforça que o mecanismo não substitui os cuidados individuais do usuário. Ele não funciona como uma camada de segurança preventiva contra fraudes, mas sim como um canal de resposta eficiente após a ocorrência.

Dessa forma, o cidadão precisa continuar atento a golpes e manter boas práticas digitais, como evitar compartilhar senhas ou clicar em links suspeitos. O MED entra em ação apenas quando, apesar desses cuidados, a fraude ocorre.

Especialistas do setor destacam que a maior inovação está na padronização obrigatória do serviço. Segundo executivos do mercado, a contestação digital já existia em algumas instituições, mas agora se tornou um requisito para todas.

Isso representa um avanço, porque elimina discrepâncias de atendimento e fortalece a confiança no sistema financeiro. Embora a devolução não seja garantida em 100% dos casos, o mecanismo aumenta consideravelmente as chances de êxito e reduz o prejuízo das vítimas.

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Nicole Ribeiro

Graduanda em Jornalismo na pela Universidade do Estado de Minas Gerais, formada em Letras - Português também pela UEMG. Redatora freelancer e revisora de artigos e textos acadêmicos. Apaixonada por gatos e pelo conhecimento.

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